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viernes, 9 de marzo de 2012

Hélia Correia de Portugal



 Escritora Contemporánea portuguesa (1949), se licenció en Filología Románica y es  profesora de Escuela Secundaria portuguesa. A pesar de su gusto por la poesía, la ficción es la forma en que se la reconoce como una de las revelaciones de la generación novelista portuguesa de 1980,  sus cuentos o novelas siempre están imbuidos del discurso poético.
 En su obra de ficción, converge la reanudación de un patrimonio literario que impone linealidad  al escribir novelas con la asimilación de  características narrativas contemporáneas que van desde un Gabriel García Márquez o Carpentier Alex a la novelas  de Agustina Bessa-Luís, una tendencia a sorprender trayendo  lo sobrenatural a  la vida cotidiana y burgués  de provincias, o para incorporar a la redacción de la novela el plano en el que la dimensión social de las relaciones humanas se cruza con la religión, con la superstición e incluso con lo irracional.

 En sus primeras novelas, el tema predominante es la movilidad social en las zonas rurales, protagonizada por personajes contradictorios en sus actos, impulsados ​​por instintos y creencias, y cuyo caminar en última instancia, poner en peligro una frustrante realidad que se revela en relación con sus expectativas. Sobresale  en el estilo de Helia Correia la atención al poder de encantamiento de la palabra  que aparece contaminada, ya sea por la palabra poética, o  por la  tradición del cuento popular.

 Hélia Correia (n. Lisboa 1949), é uma escritora portuguesa. É licenciada em Filologia Românica, tendo feito também um curso de Pós-graduação em Teatro Clássico. Além de se ter dedicado à escrita, também fez diversas traduções.


Quatro poemas de Hélia Correia
1.
Para quê, perguntou ele, para que servem
Os poetas em tempo de indigência?
Dois séculos corridos sobre a hora
Em que foi escrita esta meia linha,
Não a hora do anjo, não: a hora
Em que o luar, no monte emudecido,
Fulgurou tão desesperadamente
Que uma antiga substância, essa beleza
Que podia tocar-se num recesso
Da poeirenta estrada, no terror
Das cadelas nocturnas, na contínua
Perturbação, morada da alegria;
2.
Essa beleza que era também espanto
Pelo dom da palavra e pelo seu uso
Que erguia e abatia, levantava
E abatia outra vez, deixando sempre
Um rasto extraordinário. Sim, a hora,
Dois séculos antes, em que uma ausência
E o seu grande silêncio cintilaram
Sobre a mão do poeta, em despedida.
7.
Nós, os ateus, nós, os monoteístas,
Nós, os que reduzimos a beleza
A pequenas tarefas, nós, os pobres
Adornados, os pobres confortáveis,
Os que a si mesmos se vigarizavam
Olhando para cima, para as torres,
Supondo que as podiam habitar,
Glória das águias que nem águias tem,
Sofremos, sim, de idêntica indigência,
Da ruína da Grécia.
23.
A terceira miséria é esta, a de hoje.
A de quem já não ouve nem pergunta.
A de quem não recorda. E, ao contrário
Do orgulhoso Péricles, se torna
Num entre os mais, num entre os que se entregam,
Nos que vão misturar-se como um líquido
Num líquido maior, perdida a forma,
Desfeita em pó a estátua.
[in A Terceira Miséria, Relógio d'Água, 2012]

Obra Ficção
1981 - O Separar das Águas
1982 - O Número dos Vivos
1983 - Montedemo 1985 - Villa Celeste 1987 - Soma 1988 - A Fenda Erótica 1991 - A Casa Eterna 1996 - Insânia 2001 - Lillias Fraser 2002 – Apodera-te de mim ((2001)) - Antartida de mil folhas Poesia 1986A Pequena Morte / Esse Eterno Canto Teatro 1991 - Perdição, Exercício sobre Antígona 1991 - Florbela 2000 - O Rancor, Exercício sobre Helena 2005 - O Segredo de Chantel Para a Infância 1988 - A Luz de Newton.(7 Histórias de Cores) http://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9lia_Correia
http://bibliotecariodebabel.com/geral/quatro-poemas-de-helia-correia/
http://thegreatroundwonder.blogspot.com/2010/06/helia-correia-e-o-seu-ultimo-romance.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9lia_Correia

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